Venho de uma família em que a educação
sempre foi prioridade.
Uma experiência que marcou e ainda marca
meu caminhar pela vida,tem início quando fui convidado a participar do Projeto
Alfabetização Solidária, parceria da Faculdade onde estudava e o Ministério da
Educação. Atendia dois municípios paraibanos: Alagoinha e Areia-PB. O objetivo
principal, era alfabetizar, retirar as pessoas da escuridão do analfabetismo,
da exclusão, do preconceito. Todos tinham vergonha de sua condição de
analfabeto.
Foi um trabalho muito gratificante,
principalmente, quando os alunos, muitos com mais de 50 anos, viam-se lendo e
escrevendo, no início de forma tímida, trêmula. Era um sinal de que algo estava
ocorrendo, transformações eram vivenciadas a cada dia.
Houve um certo dia, que uma senhora de
mais de 60 anos me disse:
"... Professor, hoje sou uma cidadã,
já sei escrever meu nome. Não preciso mais pagar a alguém assinar para que
receba minha aposentadoria no banco. Não terei mais meu dedo manchado por
tinta. Tinha vergonha."
O que para nós era corriqueiro, para eles
libertação.
O autor, Moacyr Scliar, em seu depoimento
diz: "a cesta de lixo, é a grande amiga do escritor", eu digo: a
cabeça do aluno é como um cesto de colheita, onde depositamos somente coisas
boas, até que transborde.
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